domingo, 30 de outubro de 2011

Mercuryo Jovem lança A lenda do Rei Sebastião e o Touro Encantado, pela coleção Linhas de Cordel


Com ilustrações da parceira Dedê Paiva, saiu pela Mercuryo Jovem meu primeiro livro em cordel, A lenda do Rei Sebastião e o Touro Encantado. Os versos contam a história do rei português Dom Sebastião, que muito cedo e contra tudo e todos, decidiu ir guerrear contra os mouros, na África. O resultado, como se sabe, foi trágico. Sebastião morreu e, junto com ele, a nata da nobreza lusitana. Pra piorar, o rei não deixou herdeiros ao trono. O que levou Portugal a cair sob o domínio da Espanha. E o povo português a mergulhar numa longa e mítica espera, uma vez que, não havendo sido encontrado o corpo do rei morto, o povo lusitano permaneceu acreditando que ele estava vivo. E que um dia retornaria para libertar Portugal.
A espera virou lenda. E também uma seita, o Sebastianismo, fé baseada na crença em um herói libertador, que fez parte dos delírios até do povo de Canudos, o arraial santo de Antônio Conselheiro.
No Maranhão, o Sebastianismo incorporou-se à cultura popular e à religiosidade, em forma de lenda e crença. Dizem os fervorosos que o Rei vive na figura de um touro encantado, na bela Ilha dos Lençóis, no litoral maranhense. Mas que um dia será libertado, quando um valente acertá-lo com uma lança na estrela que traz na testa. O lançamento será em breve.

sábado, 29 de outubro de 2011

COISAS DE ONÇA



Coisas de Onça, de Daniel Munduruku. Mais um belo livro lançado este ano pela Mercuryo Jovem. A figura central, naturalmente, é a onça, animal que está nas raízes do imaginário popular de muitos brasileiros. Quem não ouviu dos mais velhos histórias desse majestoso felino de patente quase nacional? Como a da onça e do veado. Ou da onça e a raposa. Minha mãe, que morou numa aldeia indígena em Barra do Corda, interior do Maranhão, e lá deu a luz a um dos meus irmãos, dizia até que seu pai, meu avô, havia matado sozinho uma onça durante uma caçada. A noite era um breu. Meu avô, que era por demais valente, estava sozinho. Mesmo assim conseguiu suplantar o animal apenas com um artefato rude chamado forquilha e uma prosaica faca. A onça dos nossos contos, sejam verdadeiros, exagerados ou inventados, é assim: a encarnação do poder desmedido e da prepotência, mas quase sempre passada para trás por outros bichos que ao final se mostram mais espertos – inclusive, como se viu, o bicho homem. As Ilustrações, primorosas, são da premiada artista Ciça Fittipaldi, paulista comprometida com a realidade brasileira, que viveu entre os índios nhambiquara.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Taí uma boa sugestão para festejar o Dia do Livro


Capa do livro Fábulas de La Fontaine em cordel, ilustrado por Dedê Paiva.


A Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Func) e o Serviço Social do Comércio (Sesc/MA) anunciam que a 5ª edição da Feira do Livro que estava prevista para acontecer entre os dias 04 e 13 de novembro, fica agora agendado para o período de 25 a 04 de dezembro.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nada oficial. Mas a conversa que rola é que a feira de livros de São Luís foi ou está em vias de ser adiada. Isso depois de ser noticiada, ontem, a programação, que aponta entre os palestrantes nomes consagrados, a exemplo de Mário Prata, Roseana Murray, entre outros. Resta saber se, caso a feira seja de fato adiada, os autores que haviam agendado suas vindas para São Luís continuarão com disponibilidade. Caso contrário, vai ser preciso pegar escritor no laço, com o risco de se trazer para o evento nomes inexpressivos.

domingo, 23 de outubro de 2011




Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda em cordel é o novo livro integrante da coleção Clássicos de Cordel, da editora Nova Alexandria. A recriação da famosa lenda, presente no imaginário de vários povos e gerações, é do poeta Cícero Pedro de Assis, e as ilustrações, do xilogravador Erivaldo Ferreira da Silva. Vale a pena conferir.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

As belas xilogravuras de Airton Marinho em livro



O artista maranhense Airton Marinho, um mestre da xilogravura, acaba de ser homenageado com uma publicação que dá uma pequena idéia da riqueza da sua obra. Retratando quase sempre as tradições, as paisagens e o homem maranhense, Airton tem no currículo participação em livros e uma série de exposições apresentadas em São Luís, Brasília, Rio e outros estados. Tambor de crioula, embarcações, brincadeiras de criança e azulejos são alguns dos temas transportados por Arirton para o papel através dessa técnica milenar. A publicação, com selo da editora Clara, tem patrocínio da prefeitura de São Luís.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Feira de Livros de São Luís

Faltam pouco mais de dez dias para o início da Feira de Livros de São Luís e até agora a programação não foi divulgada. No blog da Fundação de Cultura da prefeitura de São Luís, que promove o evento, a última postagem, noticiando a apresentação de bandas marciais na praça Maria Aragão, data do último dia 5. De fontes extra-oficiais, fui informado apenas de que Mário Prata, autor, dentre outros sucessos, do Diário de um magro, está entre os convidados.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Em alguma parte alguma



O maranhense Ferreira Gullar levou o Jabuti 2011 na categoria poesia, com o livro Em alguma parte alguma(José Olympio). O anúncio foi feito ontem (17). Melhor Livro de Ficção e Melhor Livro de Não Ficção serão anunciados somente dia 30 de novembro. Todos devem lembrar que o mais importante concurso literário do país ganhou o noticiário faz pouco tempo, quando Budapeste, de Chico Buarque, venceu na categoria Livro do Ano de Ficção, ficando, no entanto, em terceiro lugar na categoria Romance. A pergunta que todos faziam era: Como um livro que ficou em terceira posição na sua categoria poderia levar o prêmio de Melhor Livro do Ano? Para alguns, a resposta deve ter ficado em alguma parte alguma.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O galo e a pérola




Um galo ciscava o chão
Quando percebe um brilho.
Exclama: – É um rubi! –
E festeja em estribilho.
Mas logo troca a joia
Por um reles grão de milho.

Esse galo lembra um tolo
Que de um sábio recebeu
Imensa biblioteca
Quando o sábio morreu,
E por uma ninharia
Os livros logo vendeu.

(ilustração da parceira Dedê Paiva para esta releitura em cordel de fábula de Esopo)

domingo, 16 de outubro de 2011

O Processo das Formigas





Vi numa entrevista o poeta Ferreira Gullar comparar São Luís a Macondo, cidade inventada pelo escritor Gabriel Garcia Marquez. Porque só em São Luís, dizia o poeta, para acontecer coisas tão ou mais malucas quanto aquelas que têm lugar no universo fantástico inventado pelo Nobel colombiano. Como, por exemplo, um certo processo movido contra... formigas. Estranho imaginar que esses insetos, que ninguém imaginaria poderem ser enquadrados nas leis feitas pelos homens e para os homens, tenham ido a júri. Mas foi o que aconteceu.
O episódio, que ficou conhecido como Processo das Formigas, é narrado por Jomar Moraes em seu interessante Guia de São Luís do Maranhão. Ocorreu na primeira década do século XVIII e foi movido pelos piedosos frades do Convento de Santo Antônio, que acusavam as rés de duplo crime: furto qualificado, por abrirem trilhas subterrâneas para subtrair a farinha de sua despensa, e de dano, uma vez que os caminhos abertos para a prática do furto punham em risco a segurança do imóvel. Cópias dos documentos, para quem duvidar, estão arquivadas no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, faltando a petição inicial e as peças finais, de modo que não se sabe o que determinou a sentença. Ou se veio a ter sentença esse que é sem dúvida um dos mais curiosos casos da história do Direito no Brasil.

sábado, 15 de outubro de 2011

José Chagas, poeta que diz ter abandonado os versos, é patrono da Feira de Livros de São Luís







O poeta José Chagas, de 86 anos, é o homenageado como patrono da 5ª Feira do Livro de São Luís. Um justo reconhecimento ao paraibano radicado no Maranhão desde 1948, que ao longo da sua trajetória artística e profissional expressou um profundo amor pela cidade que o acolheu, sem deixar de lado (muito pelo contrário) a sua peculiar visão crítica. Oriundo de uma família de camponeses, José Chagas chegou a interromper os estudos para ajudar os pais no trabalho da terra. Estudou o Fundamental em seu estado, concluindo o ensino médio em Teresina e São Luís. Foi funcionário do IBGE, vereador e técnico em Comunicação Social na Universidade Federal do Maranhão até aposentar-se. Tem mais de vinte livros publicados, dentre eles Os telhados e Os canhões do silêncio. Angariou respeito ainda como cronista, com seus textos lúcidos e teperados com fina, ácida ironia. Pode apimentar o evento a declaração de José Chagas, feita em abril passado, de que estava deixando a poesia. “A partir de hoje, publicamente, quero comunicar que abandono a versificação de uma vez. Não me interessa mais poesia alguma”, afirmou, antes de participar naquele mês do Café Literário no Odylo Costa Filho. Vai ser uma boa oportunidade para saber do poeta se ele manteve a promessa ou teve uma salutar recaida.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Luzeiros foi pioneira na dobradinha cordel+quadrinhos



A propósito do post anterior. O poeta e editor da Nova Alexandria, Marco Haurélio, lembra que a editora Luzeiros, nos anos 1960, publicou uma série de clássicos de cordel em quadrinhos, iniciativa muito criticada na época, ainda que produzida por feras nacionais como Nico Rosso, Sergio Lima e Eugenio Collonese. E que, mais recentemente, Klévisson Viana e Eduardo Azevedo quadrinizaram o grande épico de Leandro Gomes de Barros, a Batalha de Oliveiros com Ferrabrás, com texto de apresentação do próprio Marco. Ainda na linha cordel+quadrinhos, Marco Haurélio, em parceria com Jô Oliveira, prepara mais uma surpresa que em breve chegará às livrarias.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Histórias de pescador une quadrinhos e cordel

O cordel, que surgiu e vicejou nas feiras do nordeste em formato de folheto, está cada vez mais conquistando novos espaços. Dessa vez o cordelista Fábio Sombra e o quadrinhista João Marcos uniram talentos para produzir o primeiro cordel em quadrinhos de que tenho notícia, Sete Histórias de Pescaria do Seu Vivinho. O título é lançamento da Abacatte Editorial. Confiram o prewiu.





sábado, 8 de outubro de 2011


Em breve sai pela Mercuryo Jovem “A lenda do Rei Sebastião e o Touro Encantado em cordel”. O livro, com ilustrações de Dedê Paiva, conta em versos de cordel a história do rei português Dom Sebastião, que em 1578, com apenas 24 anos, deixou seu país para guerrear contra os mouros. E o resultado foi trágico. Em solo africano, o teimoso e inconsequente soberano encontrou a derrota na batalha de Alcácer Quibir, derrota esta que infligiria a Portugal dramáticas consequências. Pelo fato de Sebastião não deixar herdeiros, o país terminou por cair sob o domínio da Espanha de 1580 a 1640. E como o corpo não foi encontrado, permaneceram os portugueses esperando pela volta do rei, que no imaginário popular continuava vivo e um dia voltaria para heroicamente libertar a nação.
Como se sabe, o rei, que na sua loucura arrastou ainda para a morte a nata da nobreza lusitana, jamais voltou. Uma longa espera, que terminaria por ganhar contornos de seita, o Sebastianismo, cuja fé gira em torno do surgimento de um herói mítico que um dia virá para libertar o povo da dor e do sofrimento. No Maranhão, em especial, o Sebastianismo está ligado à lenda do Touro Encantado da ilha dos Lençóis. Ali, muita gente jura que o rei desaparecido vaga na figura de um Touro, submetido a um encanto que, no entanto, pode vir a se quebrar, caso um corajoso consiga com uma lança atingir o animal na estrela que ele traz na testa.





Retrato d'El Rei Dom Sebastião (óleo sobre tela dos finais do século XVI ou início do século XVII, patente na Câmara dos Azuis (imagem extraída da Wikipédia)

Adesão do Maranhão à Independência